Formado no Flamengo, Juan já havia colocado em dúvida se comemoria um eventual gol
neste domingo. Na verdade, com uma vida longa na Europa, nem contava
com esse reencontro. Mas o zagueiro, 34 anos, resolveu voltar ao Brasil
no ano passado e só não enfrentou os cariocas no último Nacional por uma
lesão. Neste domingo, foi inevitável. Jogou contra o clube que o
revelou, pelo qual se declarou sempre apaixonado, e, para completar as
idas e vindas de um destino cheio de surpresas e ironias, balançou as
redes.
O gol de Juan, o único da partida, saiu aos 46 minutos do segundo
tempo. Garantiu a vitória e ainda alçou o Inter ao G-4. Mesmo com o
lance ganhando tamanha importância, virou gelo. Não comemorou. Firme,
sem esboçar alegria no semblante, encaminhou-se à torcida do Flamengo no
Centenário, em Caxias do Sul, bateu no peito e apontou para as
arquibancadas. O gesto, na explicação do atleta, foi de puro respeito ao
clube que lhe dera tudo na vida.
- Foi um gesto de respeito ao clube que me formou, que me fez homem.
Tudo que tenho na vida devo ao Flamengo. Um carinho enorme, paixão
forte. São coisas que acontecem quando se é profissional. Desejo toda
felicidade ao Flamengo, mas acontece - disse, na saída de campo. - Um
gol triste. Feliz pela vitória, mas uma sensação muito estranha. Mas é
futebol, é profissionalismo. Depois de vários títulos e idolatria do Flamengo, de 1996 a 2002, foram
dez anos na Europa atuando com as camisas de Bayer Leverkusen, da
Alemanha, e do Roma, da Itália. No Inter, após um segundo semestre de
2012 com lesões, vive excelente fase. É titular absoluto e dono de cinco
gols em 32 partidas. No meio da semana, o Inter tem partida adiantada da 12ª rodada. Será
contra o São Paulo, às 21h, no Morumbi. É quarto colocado, com 15
pontos, a um dos líderes Coritiba e Botafogo. Já o seu eterno clube do
coração, o Flamengo, é o 15º, com nove pontos.
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